Frase

"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).
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São Paulo, domingo, 17 de março de 2013

A concepção de Frei Beto sobre a Igreja é diametralmente oposta à Santa Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo

Autor: Paulo Roberto Campos   |   10:19   13 comentários

Acima à esquerda, uma igreja bem ao estilo "Teologia da Libertação", igualitária e tribalista, contrasta com o esplendor da Basílica de São Pedro em Roma

Começo prestando uma homenagem a Frei Beto. Por ser partidário da teoria do gênero, talvez ele não goste da palavra homenagem, derivada de homem. Seja como for, homenageio-o grafando seu pseudônimo com apenas um “t”, atendendo assim aos ditames de sua mentalidade miserabilista, contrária ao supérfluo...

Em seu recente artigo “Os desafios para o novo Papa” (“O Globo”, 6-3-13), logo de início o controvertido “teólogo” da libertação faz uma declaração muito apropriada para quem desejasse a destruição da Santa Igreja como Nosso Senhor Jesus Cristo A estabeleceu, ou seja, uma instituição sacral e hierárquica.

Escreve o irrequieto frade dominicano, tão simpático ao regime ditatorial cubano que há mais de 50 anos subjuga e escraviza — não por um “governo colegiado”, mas através de um “chefe de Estado supremo e absoluto”, Fidel ou Raúl Castro — todo um povo:
“Quais os grandes desafios a serem enfrentados pelo novo Papa? Primeiro, implementar as decisões do Concílio Vaticano II, ocorrido há 50 anos! Isso significa mexer na estrutura piramidal da Igreja, flexibilizar o absolutismo papal, instaurar um governo colegiado. Seria saudável que o Vaticano deixasse de ser um Estado e, o Papa, chefe de Estado, e fossem suprimidas as nunciaturas, suas representações diplomáticas. A Santa Sé precisa confiar nas conferências episcopais, como a CNBB, que representam os bispos de cada país.”
Como se nota, o progressista Frei Beto desejaria “democratizar” a Igreja — cuja última consequência seria a abolição do Papado — substituindo a autoridade monárquica do Sucessor de São Pedro por um “colegiado” — uma espécie de grupo religioso pentecostalista atuando à maneira de deputados, com direitos igualitários, dentro da Igreja.

Em seu célebre livro Revolução e Contra-Revolução, Plinio Corrêa de Oliveira refuta a crítica destrutiva do frade dominicano, explicitando o objetivo demolidor da corrente de eclesiásticos da esquerda dita católica. Eis o que no mencionado livro (Parte III, Cap. III) o autor escreve quando trata do que denomina IV Revolução, um movimento destinado a empurrar a sociedade civilizada para uma vida tribal:
Tribalismo eclesiástico — Pentecostalismo

Falemos da esfera espiritual. Bem entendido também a IV Revolução quer reduzir ao tribalismo. E o modo de o fazer já se pode bem notar nas correntes de teólogos e canonistas que visam transformar a nobre e óssea rigidez da estrutura eclesiástica, como Nosso Senhor Jesus Cristo a instituiu e 20 séculos de vida religiosa a modelaram magnificamente, num tecido cartilaginoso, mole e amorfo, de dioceses e paróquias sem circunscrições territoriais definidas, de grupos religiosos em que a firme autoridade canônica vai sendo substituída gradualmente pelo ascendente dos “profetas” mais ou menos pentecostalistas, congêneres, eles mesmos, dos pajés do estruturalo-tribalismo, com cujas figuras acabarão por se confundir. Como também com a tribo-célula estruturalista se confundirá, necessariamente, a paróquia ou a diocese progressista-pentecostalista.

'Desmonarquização' das autoridades eclesiásticas

Nesta perspectiva, que tem algo de histórico e de conjetural, certas modificações de si alheias a esse processo poderiam ser vistas como passos de transição entre o status quo pré-conciliar e o extremo oposto aqui indicado. Por exemplo, a tendência ao colegiado como modo de ser obrigatório de todo poder dentro da Igreja e como expressão de certa ‘desmonarquização’ da autoridade eclesiástica, a qual ipso facto ficaria, em cada grau, muito mais condicionada do que antes ao escalão imediatamente inferior.

Tudo isto, levado às suas extremas consequências, poderia tender à instauração estável e universal, dentro da Igreja, do sufrágio popular que em outros tempos foi por Ela adotado, às vezes para preencher certos cargos hierárquicos; e, num último lance, poderia chegar, no quadro sonhado pelos tribalistas, a uma indefensável dependência de toda a Hierarquia em relação ao laicato, suposto porta-voz necessário da vontade de Deus. 'Da vontade de Deus', sim, que esse mesmo laicato tribalista conheceria através das revelações 'místicas' de algum bruxo, guru pentecostalista ou feiticeiro; de modo que, obedecendo ao laicato, a Hierarquia supostamente cumpriria sua missão de obedecer à vontade do próprio Deus.
______________ 
Como vemos, Frei Beto procura em seu artigo indicar ao novo Papa o (des)caminho a seguir: dessacralizar a Igreja e transformá-la numa entidade igualitária e tribalista ao “estilo” do miserabilismo cubano. Enfim, uma igreja bem de acordo com a “Teologia da Libertação” do ex-frei Bof (deixo aqui, também a ele, minha homenagem...) e em nada conforme ao estabelecido por Nosso Senhor Jesus Cristo para a Santa Igreja, Católica, Apostólica, Romana.

São Paulo, segunda-feira, 11 de março de 2013

CONCLAVE — dois temas cruciais: “Autodemolição” e “Fumaça de Satanás”

Autor: Paulo Roberto Campos   |   10:55   3 comentários


Pesquisando algumas informações a fim de responder à questão colocada por Conceição Pires — na página própria para comentários referentes à matéria em meu blog pessoal (Blog da Família Católica) “Tendo em vista o ‘Processo de Autodemolição’ e a ‘Fumaça de Satanás’, os católicos desejam uma coisa: CLAREZA” —, encontrei alguns documentos. Lendo-os, julguei que seria interessante fazer um post com a pergunta e minha resposta, pois seria de algum proveito não apenas para a comentarista, mas também para os demais leitores de nosso blog. Aqui segue: 
“Falar de “autodemolição” e de “fumaça de satanás” na época do papa Paulo VI vá lá. Isto em 1978 até que concordo, mas não concordo em falar disso agora. Esses problemas não foram resolvidos com os papados seguintes? Em qualquer caso, classifico-me como uma pessoa que acha importante rezar para que nenhuma fumaça de satanás consiga diminuir a importância da Igreja Católica”. Conceição Pires.
 Seria uma enorme satisfação poder comunicar que a “autodemolição” e a “fumaça de satanás no templo de Deus” — expressões do Papa Paulo VI analisadas por Plinio Corrêa de Oliveira em seu memorável artigo CLAREZA (“Folha de S. Paulo”, 16-8-78) — não constituem mais problemas em nossos dias.

Igrejas modernizadas, 
cerimônias religiosas dessacralizadas
Pelo contrário, de lá para cá os problemas não fizeram infelizmente senão crescer. Basta atentar para o esvaziamento dos templos católicos em decorrência das funestas inovações conciliares, que facilitaram a expansão dos evangélicos. Com o falacioso pretexto de atrair o povo, afastaram-no mediante a modernização das Igrejas e das cerimônias religiosas, como se os fieis não estivessem sedentos das tradições que os padres progressistas aboliram. Estes, afinados no diapasão da “Teologia da Libertação”, transformaram a Santa Igreja de Deus numa verdadeira “Torre de Babel” — na qual reina muita confusão e as pessoas, mãozinhas para o alto, falam e cantam aos berros, tocam qualquer instrumento cacofônico, entram vestidas (ou desvestidas) de qualquer jeito...

Devido à crise da Igreja em seus dias, também João Paulo II e Bento XVI alertaram para os mesmos trágicos problemas.

João Paulo II quando declarou em 1981 que “foram difundidas verdadeiras e próprias heresias, no campo dogmático e moral, criando dúvidas, confusões e rebeliões; alterou-se até a Liturgia”.

Pouco antes de ser eleito Papa, em 2005, comentando a IX Estação da Via Sacra, o futuro Bento XVI escreveu (como ainda hoje li no site do Vaticano): “Deveríamos pensar também em tudo quanto Cristo tem sofrido na sua própria Igreja? Quantas vezes se abusa do Santíssimo Sacramento. [...] Quantas vezes se contorce e abusa da sua Palavra [de Nosso Senhor Jesus Cristo]. Quão pouca fé existe em tantas teorias, quantas palavras vazias! Quanta sujeira há na Igreja, e precisamente entre aqueles que, no sacerdócio, deveriam pertencer completamente a Ele! Quanta soberba, quanta auto-suficiência! [...] Senhor, muitas vezes a vossa Igreja parece-nos uma barca que está para afundar, uma barca que mete água por todos os lados. E mesmo no vosso campo de trigo, vemos mais cizânia que trigo. O vestido e o rosto tão sujos da vossa Igreja horrorizam-nos. Mas somos nós mesmos que os sujamos! Somos nós mesmos que Vos traímos sempre, depois de todas as nossas grandes palavras, os nossos grandes gestos”.

Como nossa missivista, Conceição Pires, pode ver, são os mesmos problemas registrados por Paulo VI em seu tempo. Mas é preciso reconhecer que ela tem razão ao escrever que acha “importante rezar para que nenhuma fumaça de satanás consiga diminuir a importância da Igreja Católica”.

Imagem de São Pedro na Praça
que leva seu nome, em Roma
Estamos às vésperas de um novo Conclave que escolherá o Papa sucessor de Bento XVI. Rezemos empenhadamente para que o Sacro Colégio dos Cardeais seja dócil à inspiração do Espírito Santo e, assim, o próximo Romano Pontífice tenha a força e a virtude necessárias para fazer cessar o desastroso "processo de autodemolição"; extinguir a maldita "fumaça de satanás" que penetrou no Templo de Deus; restaurar a Igreja e impulsionar o mundo inteiro rumo ao magnífico renascimento da Civilização Cristã. 

A Igreja, santa e imortal, poderá passar por períodos de graves crises — como acontece atualmente nesta crise sem precedentes — mas devemos ter a absoluta certeza de que Ela sairá vitoriosa, pois que a assiste o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo, que afirmou: “E eu digo-te que tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (São Mateus 16, 19).

São Paulo, sexta-feira, 8 de março de 2013

O Espírito Santo e o próximo conclave

Autor: Helio Dias Viana   |   19:19   1 comentário

Roberto de Mattei
(Tradução Helio Viana)


Em 5 de março de 2013 - Os olhos do mundo, não só dos católicos, estão voltados neste momento para São Pedro, a fim de saber quem será o novo Vigário de Cristo. A espera que se manifesta antes de cada Conclave é desta vez mais acurada e intensa, pela sucessão de acontecimentos que nos deixam chocados e confusos.

Massimo Franco escreve no “Corriere della Sera” de 27 de fevereiro de 2013 que “dentro da Cidade do Vaticano está se consumando o fim de um modelo de governo e de uma concepção do papado”, e compara a dificuldade que a Igreja atravessa hoje com a fase final da crise do Kremlin soviético. “O declínio do Império vaticano – escreve – acompanha aquele dos EUA e da União Europeia em crise econômica e demográfica. Mostra um modelo de papado e de governo eclesiástico centralizado, desafiado por uma realidade fragmentada e descentralizada”. A crise do império vaticano vem apresentada como uma crise de modelo de papado e de governo eclesiástico inadequado para o mundo do século XXI. A única saída seria a de um processo de “auto-reforma” que salvasse a instituição desnaturando-lhe a essência.

Na realidade, o que está em crise não é o governo “monocrático” conforme com a Tradição da Igreja, mas o sistema de governo nascido das reformas pós-conciliares, que nos últimos 50 anos vêm expropriando o Papado de sua autoridade soberana para redistribuir o poder entre as conferências episcopais e uma onipotente Secretaria de Estado. Mas, sobretudo Bento XVI e seus predecessores, por razões diversas de temperamento, se tornaram vítimas do mito da colegialidade de governo na qual sinceramente acreditaram, renunciando a assumir muitas responsabilidades que teriam podido resolver o problema da aparente ingovernabilidade da Igreja. A atualidade perene do Papado está no carisma que lhe é próprio: o primado de governo sobre a Igreja universal, da qual o magistério infalível é a decisiva expressão.

São Paulo, terça-feira, 4 de setembro de 2012

Livro à venda no Brasil: "O Concílio Vaticano II - Uma história nunca escrita"

Autor: Edson   |   11:01   2 comentários

Sucesso de vendas na Europa, este livro nos ajuda a compreender não só os acontecimentos de ontem, mas também os problemas religiosos na Igreja de Hoje.


Conheça o autor:

Roberto de Mattei nasceu em Roma, em 1948. Formou-se em Ciências Políticas na Universidade La Sapienza. Atualmente é professor de História da Igreja e do Cristianismo na Universidade Europeia de Roma, no seu departamento de Ciências Históricas, de que é o diretor.

Até 2011, foi vice-presidente do Conselho Nacional de Investigação da Itália, e entre 2002 e 2006, foi conselheiro do governo italiano para questões internacionais.

Roberto de Mattei
Em 2008, foi agraciado pelo Papa com a comenda da Ordem de São Gregório Magno, em reconhecimento pelos relevantes serviços prestados à Igreja. É membro dos Conselhos Diretivos do Instituto Histórico Italiano para Idade Moderna e Contemporânea e da Sociedade Geográfica Italiana. É presidente da Fundação Lepanto, com sede em Roma, dirige as revistas Radici Cristiane e Nova Historica e colabora com o Pontifício Comité de Ciências Históricas.

Com este livro, o autor recebeu o Prêmio Acqui Storia 2011 e foi finalista do Prêmio Pen Club Itália 2011.O Concílio Vaticano II - Uma história nunca escrita.

Autor: Roberto de Mattei
Tamanho: 16cm x 23cm x 3,3cm (CxAxL)
Paginas: 544
Editora: Caminhos Romanos - Porto



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Leia abaixo a entrevista que Roberto de Mattei concedeu à revista Catolicismo sobre o livro:
“O Vaticano II: Uma história jamais escrita”

Prof. de Mattei

“Foram de muita utilidade as cartas de D. Helder e os relatórios do Dr. Murillo, que descrevem os contatos do Prof. Plinio e sua equipe no Concílio”
A respeito do livro com o título em epígrafe, o autor, Prof. Roberto de Mattei, vice-presidente do Centro Nacional de Pesquisas da Itália e catedrático da Universidade Européia de Roma, concedeu substanciosa entrevista exclusiva a Catolicismo. Na obra, ele descreve com cores vivas e minúcias densas de significado o confronto entre a ala progressista e a ala conservadora — com a vitória da primeira — bem como as profundas e graves conseqüências do Concílio Vaticano II para a vida da Igreja e da sociedade, que se projetam até os dias de hoje.

Catolicismo — Obrigado professor por conceder esta entrevista. Sabemos que o Sr. está muito ocupado devido à polêmica que surgiu com a publicação de seu último livro O Vaticano II: Uma história jamais escrita.
Prof. de Mattei — De fato, esse livro tem suscitado amplo debate, no qual intervieram apologetas de renome aqui na Itália, provavelmente pouco conhecidos no Brasil, como Francesco Agnoli, Mario Palmaro, Alessandro Gnocchi, Corrado Gnerre, os quais se têm expresso em favor das teses que sustento. Enquanto Alberto Melloni, o atual líder da progressista e muito conhecida Escola de Bolonha, assim como outros intelectuais moderados como Andrea Tornielli, o vaticanista do quotidiano “Il Giornale”, assumiram uma posição contrária. Aliás, antes mesmo da tradução de meu livro para outras línguas, ele já está alcançando repercussão em muitos outros países, devido à reprodução em sites e blogs católicos de artigos que se ocupam dele, como um recente post do conhecido vaticanista Sandro Magister.