Como prometido, segue o relato de um fato da vida de George Smith Patton Jr., o famoso general da segunda guerra mundial. O fato é sobre o seu casamento com Beatrice Ayer. Como disse no post anterior, é um exemplo frisante de como a visão que Alexis de Tocqueville tinha, sobre a sociedade norte-americana, era falsa.
A editora Três lançou em 1974 uma coleção de livros intitulada "Grandes personagens de todos os tempos"; o volume quatro é sobre o general Patton, e é essa a fonte da narração que segue, detalhe: os negritos são meus.
Patton era de família tradicional, riquíssimo e muito inteligente. Em 1905, com então 20 anos, escolheu como futura esposa Beatrice Ayer, filha do magnata Frederick Ayer. Este herdou da família uma velha fábrica de têxteis e a transformou numa das maiores do seu gênero nos EUA.
"Ayer (...) [com] o cuidado com que guardava seus direitos patriarcais e seus modos de grão-senhor faziam com que fosse chamado de "governador" e "sir" Frederick até por membros de sua família. Ele matinha uma casa de quatro andares em Boston e passava os verões em sua vila renascentista de Cape Cod. (...) George temia que ele não quisesse ter um soldado como genro."
"(...) Embora George pudesse ostentar uma árvore genealógica tão esplendorosa quanto possível nos Estados Unidos, ele temia que ela não fosse suficientemente impressionante para ser aceita pelo bostoniano chefe do clã dos Ayer. Embora sólida, a aristocracia dos Patton era informal - informal demais, temia George, para ser bem recebida nos vetustos salões da Nova Inglaterra. E Ayer era o protótipo do bostoniano."
Depois de uma conversa entre Patton e o patriarca Ayer, "Sir Frederick ficou devidamente impressionado, e George casou-se com Beatrice Ayer no dia 26 de maio de 1910, numa cerimônia principesca".
De tal forma o novo casal mantinha uma categoria nos tratos e no modo de ser que eram chamados de "o duque e a duquesa".
Bem, aqui acaba o fato. Para alguns pode até ser banal, mas é um bom exemplo para ver como os EUA são uma democracia aristocrática.
Alguns sociólogos norte-americanos estudando tantos outros fatos como esse, verificaram que os EUA são o contrário do que está escrito no livro "Democracia na América, de Tocqueville. E daí surgiu uma nova escola sociológica denominada "escola elitista", que faz frente a "escola pluralista" constituída por seguidores de Tocqueville.
Não nego que haja, nos EUA, muitas pessoas imbuídas de tendências igualitárias. Mas disso tirar a conclusão de que a estratificação social desse país é igualitária é no mínimo - para dizer pouco - falta de bom senso.
Frase
"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).
São Paulo, quarta-feira, 8 de novembro de 2006
1 comentários:
Gostaria muito que fosse publicado histórias da Vandéia, de Charette, etc. inclusive de George Cadoudal e outros heróis da Vandéia.
Euclydes Jorge Addeu
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